domingo, 20 de novembro de 2016

Amor proibido



Entre Rose e Francisco o que sentiam era um amor proibido, mas as más línguas foram bisbilhotar com a mãe de Rose esse "fleter". Se falasse a seu marido, violento como era, ele iria surrá-la até desfalecer.
O que o pai não sabia era que Rose estava acometida de câncer e a pedido dela sua mãe condoída da sua triste sina não lhe contava.
Naquele tempo não existia a quimioterapia que vai prolongando, bem debilitado, o doente, dando a ele uma esperança de cura. Cura que depois de muito sofrer é a morte...
Assim, às escondidas de todos (de medo das más línguas) se encontravam onde havia árvores frondosas, o chão mais parecia um tapete de folhas e flores, assim eram as árvores, O que clareava um pouquinho era a Lua, que parecendo sua amiga dava alguns fleches de claridade e num grande buraco do tronco de uma árvore se amavam. De repente via por entre as frestas das árvores o por do sol querendo dormir. Esse era o momento de irem embora.
Os anos se passaram, de repente naquela fraqueza toda engordava, estava grávida. O que fazer? Começou a usar vestidos soltinhos, ainda o pai a elogiou: até que enfim melhorou da anemia.
No outro dia o casal se encontrou no mesmo lugar e lá pediu a Francisco que seu pai iria lhe matar, de tanto insistir fez o que a amada pediu. Foi. Sua mãe, sempre por cartas mandava-lhe notícias de sua amada.
Mas, como nem tudo são flores, o pai ficou sabendo, chegou em casa esbaforido perguntando por Rose. Sua mãe disse que estava dormindo sua grávida vadia e num surto de raiva deu-lhe um chute na sua barriga, gritando muito. Ela não se movimentou, ela frágil, morreu.
Sua mãe vendo a fúria do marido foi até o quarto, pegou nos bracinhos da sua filha, já sem pulso gritou: assassino, matou sua filha com câncer e no último mês de gestação poderíamos ter uma netinha, pois sua filha estava condenada a morte. A mãe de Francisco telefonou ao filho.
O pai de Rose gritava de dor, dava urros e ela não voltava, estava morta. Saiu com seu revólver e gritava: eu vou com você filha, perdoa seu pai. Ele saiu em disparada justo no lugar lindo onde sua filha amou Francisco e juntos iriam lhe dar uma neta.
A noite estava escura, não tinha o pôr do sol, chovia forte e não se via a lua. Pegou seu revólver e atirava no seu ouvido, mas a bala não saia, sentou numa pedra e parecia ouvir o murmurar da sua única filhinha.
Aí, pensou: ela não merece que o demônio do seu pai, de tanto amá-la, a queria só pra si e não sabia doente e nem adiantava, pois essa doença mata e ela não queria que eu sofresse e chorou a noite toda.
Quando os primeiros raios de sol passavam pelas árvores, levantou. Sua casa lotada, pois naquele tempo o velório era feito em casa, depois na igreja o padre benzia e o corpo e muitos foram até a cidade para o enterro de Rose, nisso Francisco encostou no pai de Rose e disse: matou minha amada e meu filho. Ambrósio, pai de Rose pediu perdão a Francisco e assim seguiu o enterro.
No outro dia, Ambrósio ouvia a voz de sua filha que o direcionava até onde ela amava Francisco ele a via toda linda flutuando e sem dizer nada, pegou na mão do seu filho e subiram aos céus.  
Ambrósio, o avô enlouqueceu...

5 comentários:

  1. Um conto com final triste, mas que bem retrata uma época. A fidelidade de uma época não pode ser mascarada. Perfeito no quesito de criar curiosidade do final.
    Parabéns Lua.
    Abraços e boa semana de paz e luz.

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  2. Bonito conto! Bom dia.

    Excelente semana. Beijo

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  3. Gostei bastante de ler este magnifico conto minha amiga.
    Um abraço e boa semana.
    Andarilhar

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  4. Que conto lindo e triste Dorli!
    Mas existem na verdade muitos casos assim.
    Adorei a sua inspiração.
    Bjs e uma ótima semana.
    Carmen Lúcia.

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  5. Um belo conto, conduzido com técnica para prender o leitor,
    que certamente não esperava esse final. Parabéns.
    Abraços.
    Pedro.

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