Quando
me lembro de ter deixado meu país por força maior, me da uma tristeza danada,
pois lá nunca tinha colocado os pés na terra. A cidade era rodeada de água por
todos os lados, não havia acidentes de carros, eles inexistiam lá, só pequenas
embarcações para transitarmos ao mercado, à igreja, as festas e à noite ao
lindo teatro. Não perdia nenhuma peça e dávamos, eu e meu marido, uma esticada
até o conservatório musical.
Quanta
beleza e delicadeza tinha minha cidade! Nossa casa era linda, de muito bom
gosto e sentados na sala podíamos ver os raios solares baterem na água e
refletir todo nosso ambiente.Aquele brilho natural não tinha preço, era
inigualável e carismático.
Na
minha cidade todos tinham bom gosto com os móveis, com as roupas e, aos
domingos as balsas trafegavam uma pertinho da outra, todos queriam ir à igreja,
onde íamos agradecer a Deus por tanta felicidade.
Como
será que está a minha cidade, o empecilho passou e iremos voltar ao nosso lar
que ficou todo lacrado na hora da rápida partida. Nem quero pensar o que
encontrar lá...
Peço a
Deus que ele tenha preservado nossa sala, onde o sol, através da água, refletia
seus raios solares.
Ah!
Essa saudade que mata, só não matou nossa esperança de voltar. Adeus a todos...
Dorli
da Silva Ramos