Na caminhada da vida, houve uma menininha de nome Clara, de rosto
sofrido, mas que gostaria de brincar como outra qualquer; mas seu pai dava-lhe
trabalho rude, tinha que plantar e colher milho durante a secagem natural no campo. No seu
coraçãozinho começou a nascer uma revolta muito grande.
Ela gostava de brincar, como outra criança qualquer, era linda,
tinha os cabelos dourados como o milho seco e estava sempre a pedir ao pai um
brinquedo, o qual nunca satisfazia seu pedido. E assim, a menina Clara, sem
nunca ter uma boneca para brincar continuava no trabalho duro da roça tendo que
aguentar as brutalidades de seu pai.
A menina cresceu virou uma mocinha bonita, era de uma beleza
morta, tinha um rosto triste, mas como todas as mocinhas da sua época sonhava
que um príncipe viria buscá-la com um cavalo branco. Eram sonhos...
Clara, ainda jovem, casou-se com João para se livrar do sofrimento
da roça; achava que estava apaixonada por ele, o qual trabalhava na roça com
ela. Não demorou muito tempo casaram-se num dia de domingo.
Quando chegou na segunda feira, João acordou Clara com brutalidade
exigindo que ela fizesse o almoço de madrugada e, sem lua de mel rumaram os
dois num trabalho exaustivo. Apesar de João a maltratar, ainda Clara teve dois
filhos desse desastrado relacionamento.
Um dia Clara tomou uma decisão: sair de casa com os filhos, tentar
criá-los em outra cidade, arrumou um quartinho para abrigar a ela e seus dois
pequenos filhos e saiu à procura de trabalho. Nada conseguia pois era
analfabeta, mas de tanto procurar arrumou um emprego de passadeira numa
tinturaria. Era muito caprichosa e seu salário que era muito pouco foi
aumentado, dando condições de estudar seus filhos e aos sábados e domingos
lavava e passava roupas dos mais favorecidos para completar sua renda.
Clara era uma mulher bonita, mas não lapidada pela alegria do amor
e paulatinamente foi envelhecendo rapidamente, pois sofria de um grande mal: a
solidão.
Seus filhos cresceram, trabalhando e estudando conseguiram dar um
maior conforto para sua mãe. Só que eles notaram que ela estava muito agressiva
ao ponto de um dia quase queimar a casa toda. Ficou louca, foi internada num
hospício e sempre dizia que seu príncipe viria buscá-la num cavalo branco.
Quantas histórias parecidas a essa acontecem todos os dias nesse
mundo de disputa, de ódio e desamores.
Vamos nos amar mutualmente.
Elaboração do enredo( Dorli Silva Ramos)
(Colaboração da ideia: (Nati Caetano)